Iluminando-se

Adenáuer Novaes • 5 de setembro de 2021

Iluminando-se

Na postagem anterior, iniciamos o tema “Caminhos de Iluminação”. 
São muitos os caminhos e os caminheiros ilustres que nos apontaram o roteiro para alcançar a iluminação. Resta-nos escolher quais deles seguiremos e quando começaremos.


As regras áureas das grandes religiões nos têm mostrado roteiros que, se seguidos, certamente nos levarão ao encontro do Si-mesmo, pois aqueles que se iluminaram, fizeram-no de acordo com elas. São roteiros ao caminhante, cuja seriedade e verdadeiro sentimento de união com Deus o levarão ao encontro desejado.

É visível que a Humanidade caminha em busca de um sentido. A determinação e vontade do ser humano em se conhecer, explicar e realizar é obra da necessidade de entender o mistério oculto no Si-mesmo individual.
Nem sempre as ações de cada pessoa têm coerência com as de outras, pois a grande maioria não se preocupa com o sentido de totalidade. A organização e o direcionamento dos rumos da Humanidade pertencem a algo superior. A ligação entre as ações humanas não é obra do humano. O que o ser humano é, é produto de sua própria caminhada. O que a Humanidade é, provém de forças superiores ao ser humano.

O ser humano não é o responsável pela evolução global. Ele a acompanha quase que atrasado. Muitas vezes ele se percebe perdendo o trem da história. A evolução o leva de roldão. Parece, para muitos desavisados, que a evolução que o próprio ser humano engendra na sociedade é responsável por essa onda que o atropela ao crescimento, porém ela é apenas uma pálida representação do processo macro que o envolve. O ser humano realiza uma evolução menor por força da própria lei de progresso. Tudo evolui para a harmonia, com ou sem o seu desejo, muito embora seu livre-arbítrio possa atrasar ou adiantar sua caminhada. Campos evolutivos são como campos morfogenéticos que movem a realidade, cuja “existência” independe do ser humano. Ele evolui também por força desse campo, que o envolve e que se constrói à sua revelia. Há uma força renovadora como uma espécie de lei do desenvolvimento para a harmonia. Ela conspira independentemente da vontade, contra ou a favor, do indivíduo. Quem é feliz percebe-se envolvido nesse macroprocesso, contribuindo com sua pequena parcela para a paz a sua volta.

Todas as explicações sobre o mundo são obra do ser humano. Ele descreve como o mundo é de acordo com sua linguagem, mas não sabe de que é constituída a sua essência. O ser humano é o segundo criador da Natureza. À proporção que se ilumina, vai percebendo melhor a realidade construída por Deus, com sua participação.

O caminho de iluminação é árduo e difícil para quem estabelece como paradigma de vida a matéria e tudo que lhe diga respeito. A percepção da vida espiritual e suas consequências possibilitam tornar a jornada menos penosa e sacrificial. Iluminação no caminho é consciência de eternidade e da presença divina consigo.

São muitos os caminhos e os caminheiros ilustres que nos apontaram o roteiro para alcançar a iluminação. Resta-nos escolher quais deles seguiremos e quando começaremos.

No processo de ascensão, torna-se imprescindível enxergar, nos outros caminhantes como nós, o diamante divino que existe por trás da casca social e coletiva do ego, o qual se constitui no envoltório bruto que necessita lapidação adequada. Por detrás dele há o Espírito, senhor do processo de crescimento e autor de sua vitória. A jornada longa não é uma via crucis nem tampouco um mar de rosas; é o caminho traçado por cada um, que lhe dará forma própria de acordo com seu passado, seu livre-arbítrio e seus méritos.

Iluminar-se é ter confiança em si mesmo, é viver sem ressentimentos, sem vínculos desnecessários, sem exigências às pessoas. É trilhar, com os próprios passos, a estrada que a Vida lhe oferecer, procurando enxergar outros que lhe possam acompanhar na caminhada luminosa. É compartilhar a própria vida, colocando-a a serviço de Deus em favor de si e do próximo. Compartilhar o que tem, o que vier a conquistar e o que lhe seja oferecido. A Vida é um dom de Deus que merece ser dividida com as pessoas a nossa volta. O viver egoísta, isolado em si mesmo, não possibilita a iluminação.

O caminho de iluminação pessoal leva-nos a compreender as verdades possíveis, a falar pelo coração, a entender poeticamente a Vida e a agir com amorosidade. É a paz que tanto almejamos e que ainda não percebemos que se situa tão perto de nós.

A fé não deve levar-nos a pensar que já ultrapassamos as várias fases da vida. Algumas etapas têm que ser vividas a fim de alcançarmos certos valores necessários ao Espírito, para sua felicidade. Para entrar no caminho de iluminação não basta a fé, é preciso entrar em contato com a nossa natureza material, bem como viver os processos inerentes a ela. Tal iluminação resulta das experiências do encontro entre o Espírito e a matéria.

Iluminar-se é estar resolvido nas várias dimensões da Vida. É aprender a lidar com o que efetivamente não se tem, isto é, com a ausência de tudo, mesmo se tendo alguma coisa, pois nada pertence ao ser humano que não esteja nele mesmo, que não seja ele mesmo. Só se tem o que se pode dar.

É preciso objetivar, isto é, ter objetivos na vida além do desejo de solucionar os problemas comuns. Não se determinar para uma única tarefa na vida, mas para a própria Vida como um todo. Buscar finalidades e objetivos para a vida além de resolver conflitos, por mais graves que sejam. Isto é dar um passo a mais na vida para se viver bem e ser feliz.

Para saber mais sobre este e demais assuntos tratados por Adenáuer Novaes, veja as obras publicadas pelo autor. Este conteúdo foi extraído do livro: Psicologia e Espiritualidade.

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