O Espírito: construtor de sua trajetória evolutiva
Adenáuer Novaes • 15 de fevereiro de 2021
O Espírito: construtor de sua trajetória evolutiva
O Espírito é senhor soberano de sua individualidade, a quem cabe decidir seu destino, fazer suas próprias escolhas e arcar com a responsabilidade sobre seus atos.
Mas, será que você sabe lidar com as suas escolhas, a partir do Espírito que você é, e, assim, modelar o personagem que você, Espírito, se utiliza nesta encarnação?
Vamos analisar alguns aspectos desta relação. Iniciemos pela sua concepção sobre Deus.
Em suas várias encarnações, você teve distintas experiências no campo do sagrado, apropriando-se de diferentes concepções sobre Deus e contribuindo para que você fosse adquirindo uma noção mais precisa e mais coerente, na medida de sua evolução.
Neste processo de entendimento sobre o Divino, o Espírito passa por diferentes fases, adorando-O, materializando-O, humanizando-O, eterizando-O etc., até que, mesmo de forma ainda provisória, O perceba em si mesmo. A percepção que o Espírito tem sobre Deus guarda estreita relação com o conhecimento que tem de si, de sua sombra e das experiências vividas com o sagrado.
Todo conhecimento, incluindo as doutrinas que o levaram ao entendimento que possui sobre Deus e as pregações de sacerdotes e assemelhados das diversas religiões, sempre é e será parcial, provisório e incompleto. O pai referido, entendido como a autorização ou condição psicológica interna da autodeterminação, o capacita a modelar sua realidade de forma totalmente consciente, atendendo também aos requisitos de apresentar o melhor para todos. Deus, chamado de Pai, deve ser também entendido como tendência à consciência da responsabilidade pessoal, da capacidade de estabelecer limites, da determinação em superar adversidades e da condição de cocriador.
Independentemente de como o Espírito se relaciona com Deus, isto é, como sua religião de base o ensinou, à medida que evolui, torna esta experiência singular, graças à primordial marca divina gravada na máxima intimidade de seu próprio ser. Quanto mais maduro, compreende que seu pai é ele mesmo, que toma decisões assertivas e cada vez mais próximas dos desígnios divinos, assim como assume decisivo papel para o equilíbrio geral e a manutenção da paz na sociedade.
Analisemos agora, a partir dos seus valores. Vejamos:
A vaidade é um engano a si mesmo, pois empana o valor pessoal. Porém esconder seus próprios valores é sonegar da Vida o dever de utilizá-los. A arrogância é atitude dos tolos, tanto quanto a escamoteação dos próprios valores é dos indolentes. O Espírito é o reflexo de Deus, sendo ele Sua forma de exaltar Sua obra.
A descoberta que faz o Espírito do valor que ele tem para Deus deve levá-lo a utilizar sua luz interior de forma a colocá-la como um farol divino, iluminando tudo a sua volta, principalmente sua própria Consciência. O que for valorizado pelo Espírito será constantemente utilizado como pano de fundo nas ações do personagem que o representa, tornando-se a matéria-prima com que tece seu próprio destino.
É na intimidade da alma que habita o verdadeiro ser humano, cujo comportamento exprimido pelo personagem é uma de suas manifestações possíveis; o que mostra como exteriorização de si mesmo assemelha-se ao que um escultor consegue fazer num bloco de pedra, utilizando-se do cinzel, cujo resultado depende de sua destreza e de sua habilidade, da qualidade dos instrumentos de trabalho que possui e do tipo de material que forja. O escultor é o Espírito, os instrumentos correspondem ao conjunto corpo-mente-perispírito que compõe o personagem e o tipo de pedra é a realidade disponível para ser moldada.
Com as experiências que vai adquirindo nas várias encarnações, não só vai aprimorando suas técnicas como também burila melhor a pedra de sua personalidade. O resultado obtido, obra sua e do Criador, deve ser exposto a todos, condicionado no devido lugar, visto no momento adequado e cuidado com o carinho e desvelo que merece.
O Espírito é obra-prima de Deus e o comportamento manifestado pelo personagem é a imagem visível de suas qualidades.
Para saber mais sobre este e demais assuntos tratados por Adenáuer Novaes, veja as obras publicadas pelo autor. Este conteúdo foi extraído do livro: Jesus, o Intérprete de Deus, Volume VI – O Arquétipo Espiritual.
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