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Viver como Espírito

Adenáuer Novaes • 25 de setembro de 2022

Viver como Espírito

Em quais circunstâncias de sua vida você se vê vivendo como Espírito? Para você, como é Viver como Espírito?

Adenáuer traz em seu novo livro, um conteúdo rico, leve e bastante interessante acerca do tema. Veja uma ideia do que traz a obra.


Viver como Espírito é entregar-se ao direcionamento de seu senhor, portanto, do próprio Espírito, reconhecendo que há uma personalidade em si mesmo, maior que o Personagem e sua Consciência. O meio, a sociedade e todas as contingências da vida humana formam uma névoa que dificulta a percepção, pelo Personagem, do Espírito, que tenta conduzir sua evolução. A rigor, o Personagem é o Espírito, porém ele apresenta inúmeras limitações de manifestação, por conta das características adquiridas na construção da personalidade desde a gestação no útero materno. A hereditariedade, a infância, as relações sociais e o pensamento coletivo dominante interferem dificultando o pleno domínio do Espírito sobre a personalidade do Personagem que foi sendo construída. Porém é possível dissolver algumas influências para que o Personagem consiga viver como Espírito.


O pensamento dominante ainda se encontra em um horizonte nebuloso, fictício, talvez. Difícil a percepção de ser um Espírito imortal. O ser humano ainda é uma narrativa externa a respeito de si mesmo. Guia-se pelo dito, descrito e revelado pelo imaginário popular. Ainda não vê a si mesmo nem tem uma concepção exclusiva sobre o íntimo do seu ser. Vale-se do estereótipo cunhado pela concepção fundada no comportamento manifesto e socialmente validado. Enxerga-se do mesmo modo como o faz frente ao espelho. Acredita que a imagem refletida é ele mesmo. Não se legitima senão indiretamente e ao sabor das qualidades do espelho. O Espírito, por seu Personagem, tem dificuldade em se enxergar.


Urge um olhar direto, indefectível e absoluto de si mesmo. O espelho foi e sempre será útil. Os limites naturais de sua lisa superfície são representações da insipiência do olhar. O viés é fortalecido pela  necessidade de pertencimento a tudo quanto valida sua identidade coletiva. Ser humano implica pertencer à Humanidade, condição inalienável, que não será perdida quando a percepção de si mesmo for direta, sem espelhamento comparativo. Ver-se como Espírito é imperativo evolutivo. Não há possibilidade de orfandade, pois as relações estabelecidas após enxergar a si mesmo incluirão uma outra categoria de indivíduos que já alcançaram a mesma proeza.


Exigir esse olhar exclusivo vai além de perceber o que não é revelado e que se encontra cuidadosamente escondido. Trata-se de destituir-se de protocolos lógicos do pensar, que terminam por conduzir a percepção para o normal ou o que se conhece de si mesmo. Quando o pensar é paradigma da análise, corre-se o risco da exclusão do sentir e do intuir. Olhar fora do paradigma psiquicamente dominante requer reflexão profunda e, de certa maneira, transcendência. Não pensar de modo costumeiro é quase admitir suspensão da consciência de si, o que assusta os mais apressados, afeitos a fórmulas prontas para obtenção de uma certa salvação imediata, acreditando, assim, estarem afastados de ameaça a seu equilíbrio psíquico.


O Eu olhar para si mesmo requer a percepção do Espírito sobre seu Personagem sem julgamentos, valoração ou condescendência, mas com a vontade de compreender os mistérios do existir humano. De qualquer forma, ainda será uma percepção naturalmente enviesada, mesmo que traga algo novo, transcendente e atualizador da identidade de si mesmo. Quando essa percepção se instalar na Consciência, haverá um renascimento, pois o Espírito cooptará seu Personagem, sendo-lhe grato e assumindo total responsabilidade pelo viver.



Para saber mais sobre este e demais assuntos tratados por Adenáuer Novaes, veja as obras publicadas pelo autor. Este conteúdo foi extraído do livro: Viver como Espírito.

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Chegamos ao final desta série. Analise-se, busque compreender como você tem vivido em cada uma das dimensões. Isto vai levar você ao seu desenvolvimento. Na dimensão psicológica , inclui-se a forma como se lida com os processos psíquicos, com os medos, frustrações, projeções, complexos e tudo que diga respeito à forma de perceber o mundo interno e externo. Deve-se perguntar se já conseguiu eliminar os medos infantis ou se ainda os conserva latentes. Deve-se também perceber se ainda alimenta sonhos que não são mais possíveis realizar, tornando-se frustrações que impedem prosseguir e olhar o futuro de forma mais realista. Deve-se verificar se ainda projeta, nos outros, os defeitos e qualidades que possui, o que impede uma visão real da personalidade das pessoas; se abriga, consciente ou inconscientemente, complexos de inferioridade ou superioridade, de culpa, materno ou paterno, os quais ainda direcionam inconscientemente as atitudes perante a Vida. É nessa dimensão que se deve verificar como anda a “cabeça” e como consegue entender a própria vida mental. Ser resolvido nessa dimensão é estar sempre com a consciência tranquila, fazendo constantes introspecções e autoanálises, ficando de bem com a Vida, disposto a enfrentar os desafios e dificuldades inerentes ao viver. Na dimensão religiosa , deve-se verificar como anda a relação com a caridade, de que forma exterioriza a própria fé e como lida com o sagrado e com Deus. De que modo estabelece relação com as forças superiores da Natureza. Deve-se verificar se ainda se submete à fé cega que se apoia em dogmas arcaicos ou se busca uma relação que leve à percepção da existência da divindade em si mesmo. Nesta dimensão é que se busca, pela caridade, estabelecer um contato com o deus existente em si e no próximo. Deve-se também avaliar se professa uma religião autêntica, sem os preconceitos e medos característicos do religiosismo tradicional, ou se ainda se relaciona com Deus como foi ensinado culturalmente. Estar resolvido nesta dimensão é conseguir viver sua própria religiosidade, respeitando a alheia, buscando através da oração sincera um contato mais íntimo com Deus, confiar na providência divina e buscar colaborar com Ele para Sua obra, deixando de ser um eterno pedinte. Na dimensão espiritual , deve-se avaliar o grau de intimidade com a essência espiritual, verdadeira natureza da criatura humana. Nessa dimensão é que se põem em prática os potenciais, oriundos do Espírito. Nela é que se entra em contato com outros Espíritos, portanto, é onde se exerce a mediunidade. Deve-se também perceber se utiliza práticas meditativas na vida cotidiana, se é afeito à autopercepção, à identificação da própria singularidade. Estar resolvido nesta dimensão é não mais fazer distinção entre seus objetivos materiais e espirituais, isto é, perceber-se Espírito enquanto no corpo físico, vendo a Vida como única e eterna. A autoanálise diária pode auxiliar a percepção do próprio comportamento nas diversas dimensões. Rever, após cada dia, os fatos importantes que se absorvem e como reage a eles amplia aquela percepção e permite o conhecimento de quais dimensões prioriza ou negligencia na própria conduta. A realização total de todas essas dimensões deve ser cultivada como ideal de vida, estímulo permanente de crescimento, sem gerar ansiedade decorrente do imediatismo em querer evoluir instantaneamente. Estar harmonizado em cada uma dessas dimensões também pode significar a coragem de enxergar-se em toda a sua singularidade e ser paciente com seu próprio ritmo de desenvolvimento espiritual. Para saber mais sobre este e demais assuntos tratados por Adenáuer Novaes, veja as obras publicadas pelo autor. Este conteúdo foi extraído do livro: Psicologia e Espiritualidade.
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