O Espírito
Instituto do Espírito A.N. • 30 de outubro de 2020
O Ser em Si

Quando cito o Espírito não estou me referindo à pessoa desencarnada portadora de uma personalidade e perispiritualmente constituída. Estou analisando o ser em si; aquilo que constitui a parte não material e não perispiritual do ser; ao que, na questão 23 de “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec, consta como “O princípio inteligente do Universo.” Estou me referindo à essência divina.
Tratado por muito tempo como alma e confundido com o princípio que anima a matéria orgânica, o Espírito ainda é um grande desconhecido em sua essência. Acostumados a exigir de nós mesmos provas da existência da pessoa (espírito) além da morte do corpo, esquecemos de tentar enxergar o Espírito em si. Como funciona? Podemos entendê-lo como um todo factível de ser visto em partes constituintes? Os atributos que endereçávamos a ele podem ser dirigidos ao perispírito? Tentarei penetrar nesse mundo aparentemente incognoscível de interrogações, mesmo sabendo que se trata de uma tarefa difícil por se encontrar no domínio da especulação metafísica.
Tratado por muito tempo como alma e confundido com o princípio que anima a matéria orgânica, o Espírito ainda é um grande desconhecido em sua essência. Acostumados a exigir de nós mesmos provas da existência da pessoa (espírito) além da morte do corpo, esquecemos de tentar enxergar o Espírito em si. Como funciona? Podemos entendê-lo como um todo factível de ser visto em partes constituintes? Os atributos que endereçávamos a ele podem ser dirigidos ao perispírito? Tentarei penetrar nesse mundo aparentemente incognoscível de interrogações, mesmo sabendo que se trata de uma tarefa difícil por se encontrar no domínio da especulação metafísica.
O espírito, enquanto ser que sobrevive à morte, dotado de personalidade singular, se encontra atualmente assumindo sua cidadania nas ciências acadêmicas. Sua existência, provada e tornada consciente pelos estudiosos da alma humana, agora necessita ser compreendida em sua intimidade. A Psicologia do Espírito pretende avançar em busca da essência divina e de sua constituição.
Dotado de capacidades múltiplas, na maioria desconhecidas, o Espírito tem sua estrutura subdividida pela ciência e pelo próprio ser humano quando quer entender-se a si mesmo. A grande maioria das capacidades do Espírito é equivocadamente atribuída ao cérebro e demais partes do corpo humano, sem que se tenha o cuidado de comprovar ou de dar-se ao trabalho de testar outras hipóteses até mais consistentes.
Independente da separação que se queira fazer entre as pessoas que se dizem materialistas e as que se declaram espiritualistas existe algo nelas próprias que as motiva a tal ou qual declaração. Esse algo se pode chamar de alma, espírito ou força (energia). Independente de ser eterna ou não, imortal ou mortal, corporal (física) ou não, há nela algum princípio que deve merecer nossa atenção. É esse princípio que pode nos levar à essência da natureza espiritual do ser.
Falar sobre o Espírito sem exemplificar ou apresentar imagens e ideias que se aproximem do que ele é, sem utilizar paradigmas materiais é tarefa dificílima. Por isso o leitor vai perceber que, embora tente sair dessa possibilidade acabarei por utilizar-me de figuras de linguagem e de exemplos da lógica material. Tentarei sempre que possível abstrair-me da linguagem enviesada para me fazer entender melhor. É tarefa que tentarei tornar mais fácil.
A concepção de uma evolução do Espírito no contato com a matéria nos dá a entender que é através dela que compreenderemos a Vida. Desprezar a importância da matéria é acreditar que sua existência é ilusão, tão pregada pelas religiões, e de nada serve para o ser humano, pois, talvez, Espírito e matéria sejam faces de uma mesma folha.
A Vida deve ser compreendida com ela, porém nem sempre a partir dela. Torna-se difícil entender a Vida sem a matéria, como também é um equívoco acreditar que a Vida se restringe a ela. Limitados à percepção pela via material, quando dela queremos fugir, pode-se esbarrar no extremo oposto, desprezando a riqueza existente entre as polaridades.
A possibilidade de imaginarmos uma realidade que exclua a matéria, tal qual concebemos aquilo que nos serve para existir no mundo e constitui sua estrutura, se assemelha a conceber o nada. Certamente que o espiritual não pode prescindir do material assim como não é possível à moeda ter uma única face ou uma sombra existir sem luz.
É preciso reconsiderar o “mundo material” à luz da visão do Espírito, da mesma forma como Platão propunha o “retorno à caverna” para se rever o mundo humano a partir do que se viu fora dele. A matéria se torna vilã quando a enxergamos pelos seus próprios paradigmas.
É fundamental ao ser humano saber o que ele é, isto é, o que é o Espírito que ele é; como é sua estrutura, seu funcionamento e suas relações com o meio.
Para saber mais sobre este e demais assuntos tratados por Adenáuer Novaes, veja as obras publicadas pelo autor. Este conteúdo foi extraído do livro Psicologia do Espírito.
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