A Psicologia do Espírito
Adenáuer Marcos • 13 de dezembro de 2020
A Psicologia do Espírito
Temos falado bastante sobre a Psicologia do Espírito. Mas, do que se trata?
No post anterior, tratamos do que vem a ser o Espírito, o ser em si. Uma Psicologia do Espírito é aquela que fará suas observações na intimidade de seu objeto de estudo, retirando o espesso véu estruturado a partir de paradigmas materialistas, alcançando além das comparações realizadas pela visão mecanicista que ainda se encontra presente nas ciências da alma.
O desafio de apresentar uma Psicologia do Espírito é por demais audacioso, principalmente considerando os limites da percepção humana. Porém, é preciso tentar romper as barreiras provocando o próprio espírito a fim de que decrete sua liberdade e a ampliação da “visão” sobre si mesmo.
Não se trata de rever o “olhar” humano sobre si mesmo, mas de buscar um outro ângulo de percepção. Os séculos de predomínio da “visão”, tendo o corpo como identidade e a matéria como paradigma, não permitiram que se buscasse mudar o foco, isto é, deixar de tentar encontrar o espírito na intimidade da matéria, e sim para se perceber um Espírito que a usa.
O campo de busca não pertence a nenhuma ciência em particular. Embora entregue inicialmente à Filosofia, posteriormente à Teologia para, sob a proteção da Ciência, alcançar modernamente a Medicina e a Psicologia, não está restrito a nenhum saber específico. O espírito “sopra onde quer”, isto é, as especulações são livres e devem levar as ciências aos limites do conhecimento. O campo do Espiritismo, pela “visão” mais ampla, oferece possibilidades de se encontrar uma compreensão mais essencial do Espírito. Considero que é possível à Ciência chegar às mesmas conclusões do Espiritismo, porém é necessário que ela abdique da visão do corpo, qual Tirésias que, mesmo cego, apresenta suas percepções transcendentes diante dos deuses.
A história da humanidade tem sido exclusivamente contada a partir das realizações externas do ser humano. Seus feitos externos são exaltados em todos os níveis e de várias formas distintas. A história da humanidade é a história da evolução do Espírito e esta abrange também suas conquistas interiores, seu amadurecimento nas relações, sua compreensão sobre si mesmo, sua capacidade de entender-se, sua compreensão da Vida e pela exploração do Universo à sua volta. Não podemos desprezar essa outra parte nem achar que a civilização cresceu e se desenvolveu por que a tecnologia alcançou horizontes largos em pouco tempo. Não podemos esquecer que o ser humano que fabrica o chip ainda é o mesmo que mata seu semelhante por motivos fúteis. Não há necessariamente evolução interna só porque a houve externamente. Certamente que a civilização está caminhando para o encontro com o espírito, tendo em vista o esgotamento temporário de sua procura externa. Os insucessos externos juntamente com as vitórias a farão voltar-se para si mesmo.
É necessário avançarmos na direção do Espírito e na busca da superação dos próprios limites de percepção. Entender-se Espírito é tão ou mais importante quanto perceber o espírito.
Independentemente das conceituações expressas ao longo da história do ser humano e das definições que foram dadas sobre ele mesmo, há que se considerar a maravilha que é sua realidade e a beleza de sua existência. Acima de tudo e de todas as concepções sobre o ser humano, ele deve se considerar a alma de Deus.
Para saber mais sobre este e demais assuntos tratados por Adenáuer Novaes, veja as obras publicadas pelo autor. Este conteúdo foi extraído do livro Psicologia do Espírito.
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