Arquétipos Básicos não vividos

Adenáuer Novaes • 22 de agosto de 2021

Arquétipos Básicos não Vividos

Dando continuidade a esta série de postagens sobre estigmas (Estigmas, O que aprender com os Estigmas, Abandono Paterno como Estigma e Abandono Materno como Estigma), trazemos questões arquetípicas que, quando não vividas, também podem nos deixar marcas, interferindo em nossa personalidade. Você já viu que Estigmas são experiências que promovem alterações na personalidade e, claro, isto gera consequências e interfere no destino de uma pessoa. Eles estão ligados direta ou indiretamente nas escolhas, no sentido e significado da existência. 

Vejamos alguns exemplos de arquétipos básicos: acasalamento, maternidade/paternidade, independência pessoal (profissional e financeira), sucesso nos estudos escolares, viver em família etc.. Cada fase da vida, como quer que dividamos os períodos, desde o nascimento até a morte, tem seus desafios, que creditam o indivíduo a alcançar a fase seguinte sem déficits.

Dividamos a vida em sete grandes fases: infância; adolescência; adultez jovem; adultez; meia-idade; maturidade; plenitude. A infância termina por volta dos 12 a 13 anos de idade. A adolescência termina por volta dos 21 anos. A adultez jovem termina por volta dos 30 anos. A adultez termina por volta dos 40 anos. A meia-idade termina por volta dos 50 anos. A maturidade geralmente vai até os 60 anos. A plenitude deve ocorrer após essa idade. 

Em todas essas fases, o ser humano enfrenta diversas crises. Na infância, a dificuldade de diferenciar-se da mãe; na adolescência, a crise de identidade pessoal em relação ao meio; na adultez jovem, a crise de se posicionar profissionalmente; na adultez, a crise oriunda da estabilidade de sua vida amorosa e familiar, além da estabilidade financeira; na meia-idade, a grande crise de vida, na qual o indivíduo se questiona sobre a razão de sua existência no mundo; na maturidade, a crise sobre o declínio físico e o questionamento sobre a finalidade de sua vida no corpo; na plenitude, a crise a respeito do sentido e significado da vida, em face da morte.

Quando o indivíduo não alcança as metas normais para cada fase, previstas coletivamente, como também as próprias expectativas planejadas pelo Espírito para a vida na sociedade em que renasceu , instala-se um complexo e, vinculado a outras exigências, um estigma. A criança que perdeu um ou mais anos escolares, o adolescente que não se desvinculou da infância, o adulto jovem que não iniciou sua vida sexual e que não estabeleceu uma relação afetiva com alguém, o adulto que não se estabilizou numa profissão, sem curso técnico ou superior e sem uma habilidade útil à sociedade, o indivíduo que, na meia-idade, continua com comportamentos típicos das fases anteriores, sem amadurecimento real, indivíduos que, na maturidade, ainda não equacionaram processos familiares, afetivos e financeiros, comportando-se como puer, assim como outros que, saudáveis e na plenitude, permitem-se ser relegados a planos secundários na própria família que geraram, sem atitude nem discernimento para se imporem podem ser portadores de estigmas. Essas e outras situações semelhantes e correlatas, presentes em muitos indivíduos, denunciam a presença de estigmas ou sinais denunciadores de aspectos ainda não resolvidos na psiquê.

Todos os indícios de retardo, ou de precocidades exacerbadas, na vivência de experiências típicas de cada fase, servem como indicadores para a existência de estigmas. Sua identificação e tomada de consciência facilitam muito o encontro de solução e a dissolução do estigma. Esses indícios quando conscientizados e trabalhados intimamente, em meio a outros processos mais evidentes, principalmente os que trazem angústia e sofrimento ao indivíduo, são fundamentais para a redução ou eliminação do conflito principal.

Em alguns casos, os arquétipos básicos, mesmo que tardiamente, devem ser vividos pela primeira vez. Pode ser importante, para o desenvolvimento da personalidade, a atualização do arquétipo do herói. Postergar-lhes a atualização é como permanecer com uma bomba de efeito retardado, sem saber quando explodirá. Essa vivência a ser realizada deve ser cotejada com a pertinência e a necessidade real de ser revivida a experiência atrasada, de acordo com o estágio do processo de desenvolvimento em que se encontre a personalidade.

Para saber mais sobre este e demais assuntos tratados por Adenáuer Novaes, veja as obras publicadas pelo autor. Este conteúdo foi extraído do livro: Estigmas Segundo a Psicologia do Espírito.


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